Menino do Rio

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NostalgiaPostado em  4 min de leitura

Ricardo, um surfista carioca, envolve-se com uma garota rica da alta sociedade que guarda um segredo sobre o seu passado. Para viverem o seu romance, eles terão de enfrentar o preconceito da família dela e o tumulto criado por seu ex-noivo.

Dados técnicos

Título original: Menino do Rio

  • Data de lançamento: 14 de janeiro de 1982 (Brasil)
  • Direção: Antonio Calmon
  • Roteiro: Antonio Calmon
  • Gênero: Aventura, Comédia e Drama
  • País: Brasil
  • Duração: 96 min
  • Classificação: 18 Anos
  • Orçamento: $- milhões

Elenco

Opinião com spoilers

Navegando no serviço de streaming da Amazon, me deparei com o filme e quis saber mais sobre esse longa. Ver o começo de alguns atores, chamou a minha atenção. Você pode conferir o filme na Amazon Prime Video.

Acredito que o grande erro da maioria das pessoas que julgam os filmes, principalmente brasileiros, está na questão de não saberem o que envolve a produção e os recursos disponíveis para o mesmo.

A primeira coisa é entender que estamos na década de 80, onde os recursos eram mais escassos e a tecnologia nem chega perto da de hoje.

O longa traz uma história que tem muitos ingredientes que compõe uma boa narrativa, mas não são tão bem explorados. É nítido que o atores não tem muita experiência e as falas se destacam, ao invés das emoções.

É interessante descobrir a existência de um filme que não conhecia e ao mesmo triste saber que alguns atores já morreram e ainda jovens. Esse é o caso de Ricardo Zambelli e Claudia Magno.

O enredo é ambientado na clássica narrativa do garoto pobre e a menina rica, que vem ganhando mais detalhes e recursos em filmes que foram feitos posteriormente.

O filme fez grande sucesso na época e hoje, ainda se mostra algo bom de se ver. Ele tem muitas falhas técnicas, de continuidade e atuação, mas considero muito melhor que alguns filmes atuais. Não apelou e montou uma história interessante, que ainda nos dias de hoje, desperta interesse de espectadores.

A questão da inexperiência da época, fica mais atrelada a atuação dos jovens atores e ao abordar a história como um todo. Me explicando melhor, seria pegar um novela e resumir em um filme. Você entende o contexto, mas tem tantas subtramas, que o longa acaba ficando superficial.

O filme foca na estrutura do personagem principal, que ganha mais destaque e não poderia ser diferente. Também temos:

  • o casal de amigos;
  • outros surfistas;
  • o pai do personagem principal que leva outro tipo de vida;
  • menina rica;
  • garoto que está solto no mundo e tem fim trágico;
  • riquinho bad boy;
  • e mais.

Por isso, já citei que o filme tem muito elementos bons para se trabalhar e sem falar na trilha sonora. Ricardo Graça Mello, acrescenta muito no longa.

O que mais gostei, foi ser teletransportado para um ambiente sem preocupações. Os longas da década de 70 e 80, tem muito essa ideia de liberdade, mesmo com conflitos.

Como sabemos, a tecnologia nos trouxe muitas vantagens, mas também, desvantagens. Já que conseguimos olhar tudo, muitas pessaos se concentram em criticar as coisas e só. Com isso, esquecemos de aproveitar a atmosfera que o longa cria, ou apenas nos faz reviver.

O personagem principal só se preocupa em viver a sua vida, encontrar alguém para dividir isso e só. Foi muito bom ter contato novamente com um filme em que temos uma leveza em sua narrativa. Sem intrigas, apelação ou outras coisas que acredito, que não ajudam muito no seu papel de entretenimento saudável.

Tendo uma postura imparcial, acredito se não tivesse as apelações nos filmes brasileiros, acho que nem teríamos produções nacionais. Se hoje é difícil, imagina em 1980. O longa ganha o meu respeito, ao conseguir fazer algo interessante para a época e anos posteriores, sem apelar. Temos que lembrar que produções tem custo e é alto. Querer ver um Vingadores nas telonas e achar que foi só pegar uma câmera e meia dúzia de pessoas para fazer, é viver em um bolha surreal.

Pesquisando sobre o longa, descobri que André De Biase, nasceu para ser surfista nas telas. Em 1979, fez o longa Nos Embalos de Ipanema, também com a direção de Antônio Calmon. De 1985 a 1988, fez o nostálgico seriado Armação ilimitada.

Fiz questão de colocar como imagem principal desta opinião, uma imagem é que o Di Biase, aparece no longa com uma camisa com a escrita armação. Seria uma premoniçào de 3 anos antes, ou tem relação? haha

Fica a dica desse filme brasileiro, que marcou uma época.